No início da minha infância comecei a acompanhar futebol com o meu pai e, graças ao Ronaldo Fenômeno, desenvolvi um desejo genuíno de trabalhar como jogadora de futebol.

Conforme os anos foram passando, acabei desistindo da ideia de jogar por medo do preconceito e das dificuldades que essa realidade enfrenta, decidindo então que trabalharia como jornalista. Sou apaixonada por comunicação. Amo ler, escrever, debater e conversar sobre qualquer assunto, desse amor também nasceu a ideia de escrever sobre as minhas experiências aqui.

Em 2017 comecei a trabalhar com telemarketing (quem nunca?), no ano anterior havia prestado a prova da Etec para o curso de administração e não passei (ainda bem). Cansada daquele trabalho frustrante, resolvi sair do telemarketing e prestar o vestibular da Etec novamente, dessa vez para o então curso de Informática e me empenhei um pouco mais nos estudos. Passei.

Estudei na Etec de Itaquera e costumo dizer que aquele lugar mudou a minha vida. Entrei pensando que estava apenas fazendo um curso para ter no currículo quando terminasse o ensino médio, sai sabendo que profissão seguir na vida. Foram três semestres imersa em coisas que eu nunca havia mexido antes, onde tive meu primeiro contato com programação, Linux, redes, banco de dados e qualquer assunto relacionado.

Terminei a Etec em 2018, com uma bagagem de novos objetivos para serem alcançados, mas, somente em 2020 consegui ingressar no mercado. Como? Ai entra a Etec de novo: Lualiny, uma amiga muito especial que a Etec colocou no meu caminho, se ofereceu para levar o meu currículo na empresa que ela trabalhava. Na entrevista conheci uma das melhores pessoas com quem já trabalhei, Ronaldo. Foi ele quem resolveu apostar nos sonhos de uma menina que havia recém completado 18 anos, foi quem me ofereceu a primeira oportunidade de trabalhar com tecnologia. Tenho um coração cheio de gratidão por esses lugares, acontecimentos e principalmente por essas pessoas.

Trabalhando como suporte eu tive contato com servidores, scripts, automações, Cloud e muito mais. As oportunidades foram aparecendo, fui me preparando, enriquecendo o meu networking e me encaminhando para a posição que estou hoje, uma mulher que trabalha com infraestrutura na T.I.

Mesmo sabendo que esses são apenas os meus primeiros passos, sou muito feliz, grata e realizada com a minha profissão. Aquela Laryssa que resolveu largar o trabalho de telemarketing e estudar pro vestibular, nem imaginaria o céu gigantesco que existia pra ela voar do lado de fora. Seria contrariar as estatísticas trabalhar nessa área? Acredito que sim, há uma desigualdade entre homens e mulheres que ocupam esses espaços.

Hoje não jogo nas quatro linhas de uma quadra de futebol como sonhei um dia, jogo dentro das linhas do meu próprio código.

Por fim, se você também enxerga na tecnologia uma oportunidade de profissão como eu enxerguei lá atrás mas ainda se sente inseguro(a) ou confuso(a) sobre qual carreira seguir, deixo aqui dois conselhos: confie no processo e pesquise sobre o setor de infraestrutura.