10 Dicas Basicas de Arquitetura de Código : 5 - Cuidado com integrações

Thiago Bertuzzi 👨🏻‍💻 - Oct 9 - - Dev Community

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Fala galera,

tudo beleza?

Dando continuidade a serie de artigos sobre arquitetura (se não viu a parte 4 clique aqui), é uma pratica comum precisar integrar seu sistema com softwares, API's, frameworks de terceiros.

Porem é preciso tomar cuidado para não sujar sua arquitetura, ou ter uma dependencia tão grande de um sistema terceiro que pode acabar afetando seu próprio negocio. Dito isso, vamos dar uma olhada de como nos blidarmos e boas praticas que devemos seguir quando integramos nossos sistemas!

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1 Planejamento da Arquitetura de Integração

Antes de iniciar a nossa implementação, é essencial definir como a integração com APIs e serviços externos se encaixa na arquitetura geral do software.

Algumas questões críticas que devem ser respondidas no planejamento incluem:

  • Qual o impacto da dependência de APIs externas na disponibilidade e desempenho do sistema?
  • Quais dados serão compartilhados ou consumidos?
  • Quais são os requisitos de segurança para a integração?
  • Como será a atualização e manutenção dessas integrações ao longo do tempo?

Duas abordagens comuns para integrar APIs são:

Chamadas diretas: O sistema se comunica diretamente com a API externa via HTTP/HTTPS. Ideal para integrações pontuais ou quando a latência da comunicação não é crítica.

Camada de integração intermediária: A utilização de um middleware ou um barramento de serviços que centraliza a comunicação com APIs. Essa abordagem aumenta a flexibilidade e a resiliência ao desacoplar as integrações.

2 Resiliência e Tolerância a Falhas

Eu sempre digo eu me preocupo mais quando uma API não é minha, por não ter o controle do que acontece com ela. Um dos maiores desafios ao integrar APIs de terceiros é a garantia de disponibilidade e estabilidade ( e tem algumas que da vontade de matar quem fez) . Mesmo que seu software esteja funcionando corretamente, você está à mercê de falhas externas quando depende de APIs de terceiros. Portanto, garantir que seu sistema seja resiliente a essas falhas é fundamental.

Existem algumas formas de garantir e isso se chama Resiliência , ter um sistema resiliente garante que vc se proteja e escape dessas falhas :

Timeouts e Retry: Sempre defina tempos de espera (timeouts) razoáveis para chamadas a APIs externas e implemente uma política de retentativa (retry). Dessa forma, se uma requisição falhar temporariamente, seu sistema pode tentar novamente de maneira controlada.

Circuit Breaker: O padrão circuit breaker protege o sistema de um serviço ou API que está consistentemente falhando. Se o serviço estiver fora do ar ou inoperante por um período, o circuit breaker interrompe as tentativas de comunicação até que o serviço seja restaurado.

Fallbacks: Em algumas situações, pode ser necessário um plano de contingência. Se uma API estiver indisponível, é possível fornecer uma resposta parcial ou usar dados em cache até que a API volte a funcionar.

Rate Limiting e Controle de Fluxo: Algumas APIs têm limites de uso (rate limits) impostos pelo provedor. Se seu sistema atingir esse limite, pode sofrer penalidades ou bloqueios temporários. Implementar mecanismos de controle de fluxo ajuda a evitar que esse limite seja atingido de forma inadvertida.

3 Segurança nas Integrações

Eu tenho uma seria continua que estou sempre falando de segurança e realmente isso é uma preocupação dobrada quando se integra com serviços de terceiros.

Existem algumas medidas que podemos tomar, afinal novamente eu digo : é um ambiente externo que na maioria das vezes não temos controle.

Autenticação e Autorização: Use sempre padrões robustos de autenticação e autorização, como OAuth 2.0 ou OpenID Connect. Esses padrões garantem que apenas usuários e sistemas autorizados possam acessar a API ou o serviço.

Transmissão Segura de Dados (HTTPS): Toda a comunicação com APIs externas deve ser feita por meio de conexões seguras (HTTPS). Certifique-se de que o certificado TLS está atualizado e configurado corretamente para evitar ataques como man-in-the-middle.

Validação de Dados: Nunca confie cegamente nos dados recebidos de APIs de terceiros (Zero Trust hoje e sempre). Sempre valide os dados de entrada, verificando se estão no formato esperado e se não contêm valores maliciosos ou inconsistentes.

Escopo de Permissões: Limite as permissões das chaves de API ou tokens de acesso ao mínimo necessário. Um princípio de menor privilégio deve ser aplicado em todas as integrações para minimizar o impacto em caso de comprometimento.

Rotação de Chaves e Tokens: Assegure-se de que as chaves e tokens de API sejam rotacionados regularmente e que haja um processo de revogação em caso de suspeita de comprometimento.

4 Monitoramento e Observabilidade

Monitoramento, Log e saber o que acontece em integrações com APIs e serviços de terceiros é crucial para garantir sua continuidade e identificar problemas rapidamente. A observabilidade permite que sua equipe antecipe falhas, responda rapidamente a incidentes e mantenha um desempenho estável.

Logs detalhados de integração: Registre todas as interações com serviços externos, incluindo chamadas bem-sucedidas, falhas, tempos de resposta e dados relevantes das transações. Isso facilita o diagnóstico de problemas e a auditoria de eventos.

Alertas e notificação de falhas: Configure alertas em caso de falhas nas integrações. Um aumento nas falhas de requisição ou latência elevada pode ser um sinal de problemas com o serviço externo ou de sobrecarga na rede.

Métricas de desempenho: Monitore métricas como tempo de resposta, taxas de erro e volume de tráfego. A análise dessas métricas permite identificar gargalos e ajustar a arquitetura para melhorar a eficiência.

5 Versionamento e Atualizações

Sei que ja cansaram de ler mas novamente, NÃO TEMOS CONTROLE DO AMBIENTE DE TERCEICOS hahaha. Serviços e APIs de terceiros evoluem com o tempo. Versões antigas podem ser descontinuadas, novos recursos podem ser lançados, e mudanças podem impactar diretamente a forma como seu software se integra com eles. Por isso, é essencial estar preparado para lidar com essas atualizações.

Versionamento de API: Prefira trabalhar com APIs que versionam seus endpoints (mesmo sabendo que na maioria dos casos, não tem). Isso garante que novas atualizações não quebrem funcionalidades existentes em seu sistema. Adapte sua integração para lidar com diferentes versões de API, se necessário.

Testes regressivos: Sempre que uma nova versão de API ou serviço de terceiro for lançada, execute testes de regressão para garantir que sua aplicação continuará funcionando corretamente.

Comunicação com fornecedores: Mantenha uma comunicação clara e constante com os fornecedores das APIs. Inscreva-se para receber notificações de atualizações, depreciações e novos recursos.

6 Desacoplamento e Flexibilidade

Bom acho que essa altura dos artigos não preciso dizer o quão bom e correto é baixo ou desacoplamento né? Uma integração com serviços externos não deve criar uma dependência rígida que prejudique a escalabilidade ou a manutenção do software. O desacoplamento das integrações ajuda a manter a flexibilidade e evita que o sistema fique preso a um fornecedor específico.

Abstração de integrações: Crie camadas de abstração para as integrações com APIs e serviços de terceiros. Em vez de codificar diretamente as chamadas à API em todo o código, centralize essas interações em uma classe ou módulo específico, o que facilita futuras modificações ou trocas de serviço.

Design baseado em interfaces: Utilize interfaces para definir contratos entre o seu sistema e o serviço externo. Dessa forma, você pode substituir facilmente a implementação do serviço, sem precisar reescrever a lógica do seu sistema.

7 Documentação e Comunicação

Por fim o que a maioria dos desenvolvedores odeia, mas que todo arquiteto deveria saber e entender que se precisa : Documentação. A documentação clara e acessível das integrações com APIs e serviços externos é fundamental para a manutenção do software e para o trabalho de equipes de desenvolvimento, especialmente em ambientes ágeis.

Descreva fluxos de integração: Documente como as integrações funcionam, incluindo os endpoints de API utilizados, parâmetros, formatos de dados e possíveis cenários de falha.

Mantenha exemplos atualizados: Forneça exemplos práticos de requisições e respostas das APIs, com base em diferentes cenários. Isso ajuda os desenvolvedores a compreender rapidamente o funcionamento da integração.

Acompanhe mudanças: Atualize a documentação sempre que houver modificações na forma de integração, seja por atualizações na API ou mudanças na arquitetura interna do sistema.

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Ufa em, parece muito mas é tranquilo se seguir as boas praticas!

A integração com APIs e serviços de terceiros pode oferecer enormes benefícios em termos de funcionalidades e eficiência. No entanto, é importante adotar boas práticas de arquitetura para garantir que essas integrações sejam seguras, resilientes e fáceis de manter ao longo do tempo.

Seguindo esse artigo com essas recomendações, os desenvolvedores podem evitar armadilhas comuns, reduzir a complexidade do código e garantir que o sistema permaneça flexível e escalável.

Espero ter ajudado!

Aquele abraço!

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